sábado, 4 de fevereiro de 2012

A donzela de sangue



Certa vez, nascida da dor,
Levada da corte de sua nação,
Almejando odiar o que se diz amor,
Carregava consigo a estrela da perdição

A donzela de sangue que a serpente criou
Sob a lua vingativa que sobre ela brilhava,
Por um ser inanimado se enamorou,
E o mesmo ser a amaldiçoava

Dia após dia comendo a fruta do pecado
A dama sanguinária que ao sofrimento servia
Regressou ao reino com o cruel recado
De que a serpente maldosa com ela vivia

E o seu povo não aceitou tamanha desonra
Que a dama em seu ventre trazia consigo,
Tirando dela toda a honra,
Lançando sobre a mesma o eterno castigo

A donzela de sangue percorreu os caminhos
Dos gélidos montes tenebrosos,
Pisando com pesar os venenosos espinhos
Da terra maldita dos espíritos odiosos

A donzela maléfica de tantos martírios
Que amor ao ser sombrio tanto devotou
Viveu de devaneios, sofreu com delírios
E a serpente do Éden foi quem a matou!

Nenhum comentário:

Postar um comentário