sábado, 4 de fevereiro de 2012

O cálice de sangue...



O cálice de sangue que ontem bebi,
Da gélida mão do destino audaz;
E a vida soturna que outrora vivi
Relembram a aurora que o tempo não trás

O calor da batalha que há muito repousa
E a espada sangrenta que sob a luz reluzia
Revelam à alma outra estranha cousa
Do vale sombrio que sobre a Terra jazia

Naquelas bandas; naquele tempo
Sob a copa dos olmos; ouvindo os pardais;
Sentindo na tez o suave vento
Clamava em vão por quem não existe mais

A donzela de sangue de adágios languidos
Que amor ao andante concedeu
Criou sobre a Terra sentimentos sofridos
E sobre a mesma Terra a dama por amor padeceu

O cavaleiro maldito que a donzela amou;
Que sofrer e choro ela por ele verteu,
Pelo vale dos ossos sem fé transitou
O cavaleiro da história, meu Deus, sou eu!

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